Abastecimento

Projeto do IFSul cria cartilha sobre poços artesianos

Mil exemplares do material foram distribuídos em escolas da zona rural e na Fenadoce

Divulgação -

Os poços artesianos ainda são uma maneira de armazenamento de água ainda muito utilizada por muitas famílias, principalmente nas áreas rurais. Por isso, uma equipe com alunos de diferentes cursos do IFSul criou a cartilha “Cuide bem de sua família, cuide bem do seu poço!”, que visa orientar sobre os cuidados necessários com esta fonte de abastecimento.

Professor do curso de graduação e mestrado do IFSul e coordenador da equipe que idealizou o material, Jander Monks conta que a ideia da cartilha surgiu após a ideia de uma aluna do mestrado, Marciele Gotzke. “Ela veio trazer uma problemática da região onde ela morava, que é na zona rural, na qual propôs analisarmos a qualidade da água dos poços artesianos do Monte Bonito. E assim nós constatamos que faltavam muitas informações sobre o manuseio dessa água, então percebemos que, além de fazermos a pesquisa, poderíamos gerar informação para essas pessoas.”

Apesar dos poços serem bastante comuns, a reportagem não conseguiu obter dados sobre o número existente em Pelotas. Conforme Monks, devido à falta de conhecimento muitos usuários deste tipo de abastecimento acreditam que, por ser uma fonte natural de água, não é necessário tratá-la. Ou, também, não sabem como fazer esse cuidado. “Não é porque o poço vem da terra que ele tem a qualidade para abastecer uma casa com água potável. A água pode estar contaminada”, alerta o professor, ressaltando os riscos à saúde.

Dessa forma, em parceria os curso de Mestrado Profissional em Engenharia e Ciências Ambientais e bacharelados em Engenharia Química e Design, a cartilha desenvolvida explica a origem das águas dos poços, o porque podem vir a estar contaminadas e quais devem ser os cuidados. Além das dicas, o material aponta que a manutenção adequada pode evitar doenças como cólera, hepatites A e B, poliomielite, gastroenterite e outras. “Os microrganismos que contaminam a água são um inimigo invisível, onde a pessoa só vai saber só quando tiver uma dor de barriga, uma dor intestinal, infecção generalizada e, quando a pessoa vai ver, é da sua água. Por isso, é necessário ter um sistema adequado”, argumenta Monks.

Junto com a cartilha também é distribuída uma opção de filtro desenvolvida pelos alunos de Engenharia Química que limpa a água contaminada com um sistema de encanamentos de PVC e pastilhas de cloro, sendo um alternativa mais econômica e de fácil aplicação.

Informação para todos
Marciele Gotzke mora na colônia de Monte Bonito e, como outros moradores da região, tinha em sua residência uma cacimba como única fonte de abastecimento. Dessa forma, levou questões da sua vivência para a dissertação de mestrado em Engenharia e Ciências Ambientais no IFSul. “Buscamos analisar a qualidade da água subterrânea captada com poços rasos (cacimbas) e profundos (semi-artesianos e artesianos) na região rural de Pelotas. Como única fonte de abastecimento, os poços suprem essa necessidade, oferecendo água da nascente do Arroio Santa Bárbara à comunidade. Alguns anos atrás, a população dessa região começou a notar cheiro, coloração e gosto que podem ser indicativo de contaminação, já que as áreas ficam próximas à extensas plantações agropastoris, cemitérios, extração de rochas, entre outros, e além disso, possuem instalação de fossas sépticas em proximidade dos poços”, diz Marciele.

Ela ainda relata que uma das motivações para a pesquisa foi que água que ela e que outros moradores consumiam apresentava sinais diferentes. “A água era límpida em épocas de seca, já em épocas de muita chuva, ela turvava um pouco, mas atualmente a água permanece turva em toda época do ano, o que significa que até o solo pode estar comprometido.” Segundo ela, as informações da cartilha mostram que não basta ferver a água, já que há locais em que o líquido tem alta concentração de ferro e manganês, só removidos com filtros específicos.

Lançada durante aa Semana do Meio Ambiente e o 1º Fórum Ambiental do IFSul em parceria com a Secretaria Ambiental de Pelotas, a cartilha teve mil exemplares distribuídos em escolas da zona rural de Pelotas em localidades como Cascata, Cerrito Alegre, Quilombo, Rincão da Cruz e Monte Bonito, em ação conjunta com a Secretaria de Desenvolvimento Rural.

A equipe do projeto também está distribuindo a cartilha e dando informações sobre poços artesianos no estande do IFSul, na 28º edição da Fenadoce.

Como acessar a cartilha
Material está disponível gratuitamente no link bit.ly/CartilhaPocos

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